Máscaras faciais podem liberar microplásticos no ambiente aquático, aponta pesquisa
Estudo da UFG identificou alterações cardíacas e mudanças comportamentais em espécie de peixe
Um estudo conduzido por pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal (PPGBAN) da Universidade Federal de Goiás (UFG) revelou que as máscaras de proteção facial comuns podem liberar microfibras plásticas (microplásticos) no meio ambiente aquático. Na pesquisa, foram avaliados os impactos causados pelas microfibras liberadas pela máscara cirúrgica e pela N95, amplamente popularizadas em todo o mundo devido à pandemia de covid-19.
Utilizando o peixe zebrafish (Danio rerio) como modelo experimental, os pesquisadores investigaram os efeitos das microfibras plásticas liberadas pelas máscaras na saúde dos animais aquáticos. A exposição dos embriões dos peixes às microfibras plásticas resultou em alterações no coração, aumento de espécies reativas de oxigênio e mudanças comportamentais, o que indica potenciais impactos negativos na fauna aquática.
Os resultados foram publicados na revista internacional Science of The Total Environment. O estudo foi conduzido durante o doutorado de Gabriel Qualhato, sob orientação do professor Thiago Lopes Rocha, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (Iptsp) da UFG. O artigo também é assinado pelo doutorando Felipe Cirqueira Dias. As atividades foram desenvolvidas no Laboratório de Biotecnologia Ambiental e Ecotoxicologia (LaBAE) da UFG.
Leia também: UFG participa do maior estudo já realizado no Brasil sobre poluição por microplásticos nas regiões costeiras
Tipo de máscara
Segundo o professor Thiago Rocha, a pesquisa também demonstrou que o tipo de máscara influencia a quantidade e a morfologia das microfibras liberadas, o que pode afetar diretamente a saúde dos organismos.
Os pesquisadores adotaram uma abordagem abrangente, caracterizando detalhadamente as microfibras plásticas, realizando experimentos de exposição com zebrafish e avaliando a toxicidade das substâncias para compreender as ameaças ecológicas representadas por esses materiais.
"O estudo destaca os riscos ambientais associados ao descarte inadequado desses itens essenciais de proteção, especialmente em ambientes aquáticos", destaca Thiago. As próximas etapas da pesquisa envolvem estudar a liberação de microplásticos de outras máscaras e investigar a interação desses materiais com outros poluentes, visando aprofundar a compreensão dos impactos ambientais desses materiais.
Gabriel Qualhato é servidor Técnico Administrativo em Educação (TAE) no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG e realizou sua formação continuada no PPGBAN. O projeto de pesquisa recebeu dois prêmios em eventos científicos: menção honrosa no VIII Simpósio Zebrafish como Modelo Animal de Pesquisa (2023), pelo pôster "Ecotoxicidade de microfibras plásticas de máscaras de proteção facial: avaliação de múltiplos biomarcadores em embriões e larvas de zebrafish (Danio rerio)", e segundo lugar no IX Prêmio Professor William Barbosa, durante o XIX Seminário de Patologia Tropical e Saúde Pública (2022), pela apresentação oral.
Pós-graduação
A UFG possui mais de 60 programas de pós-graduação stricto sensu, que compreendem mestrado e doutorado voltado a candidatos que já concluíram algum curso superior de graduação, e aproximadamente 80 cursos de pós-graduação lato sensu, que incluem as especializações e os chamados de Master Business Administration (MBA), com duração mínima de 360 horas, também para quem já concluiu o ensino superior. Para obter informações sobre cada um deles, inclusive as formas de ingresso, consulte no site da Pró-Reitoria de Pós Graduação (PRPG) da UFG os programas de mestrado e doutorado e cursos de especialização oferecidos.
Source: Secom UFG